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monumento burguês de prazeres mundanos
açoitas-me
com palavras mordazes
no veludo
do teu ninho
e no momento mais íntimo de ti
purificas o meu ser com a saliva melosa da tua essência
ontem morri
por dentro
vagueio agora no limbo do teu ser
não suporto mais o silêncio,
silêncio, das palavras que me não dizes
ilusão
inconsciência de sentidos
feriste-me
espezinhaste-me
sem piedade
quero partir
quero fugir de mim
transpiro o medo
que em mim habita
se alastra
e me consome
faz frio
uma lágrima aflita
cai no tempo
e emana em mim
uma dor cruel
o sangue
procura uma saída
e
escorre ímpio
pela minha boca fria
procuro
paralisado no tempo
o que ainda resta desta vida
onde
nestas entranhas
jaz imóvel
o meu coração
e a vida é bela
o frio do inverno diminuiu
e deu a morte
deste vida à primavera.
ela caminha lentamente,
os dias ficam mais longos
e brisas quentes acordam do seu hibernar.
ao meu redor...
nascimento.
é a ressurreição da dança da vida,
a dança da floresta
que controla o pulsar da terra.
é a época da criação,
e de pena encharcada em tinta
crio rios nesta folha singela,
neste que é o dia
Mundial da Poesia.
fecho os olhos ao mundo
concentração
no descompasso das batidas do meu coração
batidas
inquietas
saltitantes
percepções
sensações
ascendo a uma outra dimensão
onde não existe
tempo
espaço
sigo o compasso
da minha alma
que no seu voo livre silencia
essa entrega sem limites
sustenho a respiração
coloco a vida em manutenção
nessa viagem tão sentida
nessa viagem que é a vida
às vezes pergunto por que motivo
tu partes de mim quando entardece,
e digo às minhas esperanças e sonhos,
que nem tudo o que acontece é o que parece.
a vida às vezes pode ser um borrão,
as emoções podem-nos toldar,
às vezes escrevo para ti horas a fio,
quando preciso deixar o meu coração sarar.
o tempo fará esquecer o passado,
esta tristeza que se espalha em mim,
como os lírios à tona de um lago,
numa manhã vestida de carmesim.
o final do dia trará novas alegrias,
e embora eu sonhe acordado,
tenho em mim plena consciência,
de que preciso de ti ao meu lado.
e até que eu volte a escrever para ti amanhã,
lembra-te,
tu és toda a minha alegria, dor e tristeza.
no brilho dos teus olhos
transparece a minha vida.
és a morfina dos dias
da dor que me consome.
no brilho do teu olhar
vejo o refúgio à dor,
à angústia que transpira
das noites dormidas acordado.
no teu olhar vejo a cura,
a porta de saída.
no teu olhar,
vejo a minha vida.